
Era uma vez um homem, nascido na Figueira da Foz como qualquer outro cheio de ilusões de que queria ser médico ou bombeiro, mais tarde depois de começar a ver a vida como adulto esqueceu a hipótese de medicina e Licenciou-se em Gestão de empresas. Tudo parecia promissor e normal para a vida deste jovem, bom ordenado, uma casa, etc... Ao fim de dois anos resolve que estava farto da vida de escritório de patrões e rotina, deixa tudo e resolve viajar pelo mundo.
Muito resumidamente esta a a história de Gonçalo Cadilhe, conhecido escritor e cronista Português pelos seus relatos de viagens espectaculares por sítios exóticos que alguns nem sequer julgam existir. Consigo na viagem apenas vem uma mochila uma máquina fotográfica e algum dinheiro, o resto das suas necessidades vêm por extras à sua viagem, se precisar de dinheiro trabalha em trabalhos ocasionais.
Para mim ele é uma espécie de herói, decidiu deixar tudo para traz e enfrentar o mundo sem saber como este o ia receber, mas mesmo assim ele decidiu fazer fazer disto a sua existência, tornando a sua vida repleta de recordações que os comuns mortais jamais um dia terão, ele quando for velho contará histórias que esteve na cidade do México e que lá haviam polícias disfarçados a assaltar pessoas, o resto das pessoas contará a história das suas excrussões à vizualização de amendoeiras em flor.
E agora eu pergunto: Estudar para quê? para depois de muitos neurónios queimar ter um trabalho precário, ser explorado à força toda, e no fim do mês contas para pagar, filhos para manter, amante para sustentar... Não parece ser um futuro muito promissor. Mas afinal quem e que é que maluco o Gonçalo Cadilhe que deixou tudo para ter uma de vida recompensadora, ou nós que actuaremos na sociedade como marionetas, dominados pela rotina?
Assim como um surfista anda desesperadamente toda a vida à procura da onda perfeita (LER ISTO é um relato espectacular de um surfista que resolveu procurar ondas na indonésia, por acaso é amigo do Gonçalo), o Gonçalo toda à vida à procura de um local perfeito, e descubriu que só o conseguia se andasse pelo mundo fora, pelo menos tinha um objectivo, e vocês teem objectivos? quais? ter uma casa, mulher que vos trai, filhos que chegam bebâdos a casa e depois vos metem num lar de idosos a comer papa.
Gostava de ter coragem de um dia chegar a casa e dizer, "Pai, mãe depois de muito deliberar decidi ir trabalhar para ganhar dinheiro para viajar pelo mundo" é claro que nunca faria isto, até porque era uma falta de respeito enorme pelos nossos progenitores que fizeram a sua vida em nossa função, mas isso já é outro post.
Existe uma frase de sapiencia surfista que diz:
"Waiting for waves is OK, most people spend their lives waiting for nothing"
E vocês estão à espera de quê?
P.S. A imagem que vocês estão a ver é da patagónia, localizada no sul da argentina, da próxima vez que forem de férias com a família em vez de visitar Paris experimentem este local, pode ser que encontrem o Gonçalo Cadilhe por lá.
Por acaso isso é uma coisa que já me deu muitas vezes a volta à cabeça. Muito sinceramente eu concordo muito com essa filosofia porque acho-me independente o suficiente para ter coragem de embarcar numa viagem dessas. Contudo, para além do factor coragem, temos o chamado "sofá". Não no sentido literal, mas num sentido de que quando saimos do trabalho ou faculdade ou o que quiserem é para lá que vamos parar um bocado e fazer o que queremos fazer. Esse "sofá" pode ter várias formas: mulher, filhos, namorada, amigos, pais ou apenas o "ser caseiro".
ResponderEliminarPor isso não vos digo sigam ou não sigam essa filosofia. Apenas acho que cada um devia ver bem aquilo que quer, e como por vezes aquilo que queremos passa por termos um bolso fundo façam a vossa vida em torno desse objectivo mas sem nunca o esquecer.